Embora possa parecer profundo, o gerenciamento de Deus não é algo que o homem não consiga entender, pois toda obra de Deus está conectada a Seu gerenciamento, está relacionada à obra de salvação da humanidade e diz respeito à vida, ao modo de viver e ao destino da humanidade. Pode-se dizer que a obra que Deus faz dentre a humanidade e dentro do homem é muito prática e significativa. Ela pode ser vista e experimentada pelo homem e está longe de ser abstrata. Se o homem é incapaz de aceitar toda obra que Deus faz, então qual é a importância dessa obra? E como tal gestão pode levar à salvação do homem? Muitos dos que seguem a Deus estão interessados apenas em como ganhar as bênçãos ou evitar os desastres. Diante da menção da obra e do gerenciamento de Deus, eles se calam e perdem todo interesse; acreditam que conhecer questões tão tediosas não acrescentará nada na vida deles, que não lhes trará benefício algum. Assim, embora tenham ouvido as mensagens sobre o gerenciamento de Deus, tratam-nas casualmente, não as veem como algo precioso a ser aceito, muito menos as recebem como parte da vida deles. Tais pessoas têm um objetivo bastante simples em seguir a Deus: ganhar bênçãos, e são preguiçosas demais para participar de qualquer coisa que não envolva esse objetivo. Para elas, acreditar em Deus a fim de ganhar bênçãos é o mais legítimo dos objetivos e o valor exato de sua fé. Elas não são influenciadas por nada que não leve a esse objetivo. Esse é o caso da maioria dos que acreditam em Deus hoje. O objetivo e a motivação dessas pessoas parecem legítimos, porque, ao mesmo tempo em que acreditam em Deus, elas gastam e se dedicam a Deus, cumprem seu dever; elas abrem mão da juventude, abandonam família e carreira e até passam anos ocupando-se longe de casa. Em nome do objetivo final, elas trocam de interesses, modificam as perspectivas de vida e mudam até a direção do que buscam, ainda que não consigam mudar o objetivo de sua fé em Deus. Elas correm atrás do gerenciamento dos próprios ideais; não importa o quanto a estrada seja distante ou quantos sacrifícios e obstáculos existam ao longo do caminho, elas se apegam às suas armas e persistem sem medo da morte. Que poder as faz continuar se dedicando dessa forma? É a consciência delas? É seu caráter nobre e generoso? É a determinação em lutar com as forças do mal até o fim? É a fé com que dão testemunho de Deus sem buscar recompensa? É a lealdade pela qual estão dispostas a desistir de tudo para realizar a vontade de Deus? Ou é o espírito de devoção pelo qual sempre abriram mão das exigências pessoais extravagantes? Para pessoas que nunca conheceram a obra de gerenciamento de Deus, doar tanto assim é simplesmente um milagre maravilhoso! Por ora, não vamos discutir o quanto essas pessoas têm doado. No entanto, o comportamento delas é altamente digno da nossa análise. Sem considerar os benefícios que estão intimamente associados a elas, poderia haver algum outro motivo para essas pessoas que nunca entenderam Deus doarem tanto a Ele? Nisso descobrimos um problema não identificado antes. O relacionamento entre homem e Deus é pura e simplesmente de interesse pessoal. É o relacionamento entre o receptor e o doador de bênçãos. Para colocar de forma mais clara, é semelhante ao relacionamento entre empregado e empregador. O empregado só trabalha para receber a recompensa concedida pelo empregador. Em um relacionamento como esse, não há afeto, é só um negócio; não existe amar e ser amado, apenas caridade e misericórdia; não há compreensão, apenas resignação e decepção; não há intimidade, apenas um abismo em que não pode haver pontes. Quando as coisas chegam a esse ponto, quem é capaz de reverter tal tendência? E quantas pessoas conseguem entender de verdade o quanto esse relacionamento pode se tornar desesperado? Acredito que, quando as pessoas se imergem na alegria de ser abençoadas, ninguém é capaz de imaginar como é embaraçoso e desagradável um relacionamento assim com Deus.
O mais triste em relação à fé em Deus por parte da humanidade é que o homem conduz o próprio gerenciamento em meio à obra divina e é negligente com o gerenciamento de Deus. O maior fracasso da humanidade jaz no modo como o homem está construindo o próprio destino ideal e calculando como ganhar a maior bênção e o melhor destino, enquanto busca ao mesmo tempo se submeter a Deus e adorá-Lo. Mesmo que as pessoas entendam o quanto são desprezíveis, odiosas e patéticas, quantas delas poderiam abandonar seus ideais e suas esperanças? E quem é capaz de interromper os próprios passos e parar de pensar apenas em si? Deus precisa daqueles que irão cooperar intimamente com ele e completar Seu gerenciamento. Ele exige aqueles que vão devotar mente e corpo à obra de Seu gerenciamento a fim de se submeter a Ele; Deus não precisa de pessoas que vão estender as mãos Lhe implorando todos os dias, muito menos das que dão um pouco e então esperam ser reembolsadas pelo favor. Deus despreza as que fazem uma pequena contribuição e depois descansam sobre os louros. Ele odeia aquelas pessoas de sangue-frio que se ressentem da obra de Seu gerenciamento e só querem falar sobre ir para o céu e ganhar bênçãos. Ele tem uma aversão ainda maior por aquelas que tiram vantagem da oportunidade apresentada pela obra que Ele faz para salvar a humanidade. Isso porque essas pessoas nunca se importaram com o que Deus deseja alcançar e conseguir através da obra de Seu gerenciamento. Elas só se preocupam com a maneira de poder usar essa oportunidade oferecida pela obra de Deus para ganhar bênçãos. Elas são indiferentes com o coração de Deus, estão inteiramente preocupadas com o próprio futuro e destino. Todas aquelas que se ressentem da obra de gerenciamento de Deus e não têm o menor interesse no modo como Deus salva a humanidade nem em Sua vontade estão fazendo o que lhes agrada independentemente da obra de gerenciamento de Deus. O comportamento delas não é comemorado por Deus, não é aprovado por Deus, muito menos é visto por Deus como um favor.
A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “Apêndice 3: O homem só pode ser salvo em meio ao gerenciamento de Deus”