A humanidade ganha a misericórdia e a tolerância de Deus por meio do arrependimento sincero (Passagens selecionadas)
O aviso de Deus Jeová alcança os ninivitas
Prossigamos para a segunda passagem, o terceiro capítulo do Livro de Jonas: “E começou Jonas a entrar pela cidade, fazendo a jornada dum dia, e clamava, dizendo: Ainda quarenta dias, e Nínive será subvertida”. Essas são as palavras que Deus transmitiu diretamente para Jonas dizer aos ninivitas. Elas também são, naturalmente, as palavras que Deus Jeová desejava dizer aos ninivitas. Essas palavras dizem às pessoas que Deus começou a abominar e a odiar as pessoas da cidade porque a maldade delas havia chegado aos olhos de Deus, então Ele desejava destruir essa cidade. No entanto, antes que Deus destruísse a cidade, Ele faria um anúncio aos ninivitas e, simultaneamente, lhes daria uma oportunidade de se arrependerem de sua maldade e de começarem de novo. Essa oportunidade duraria quarenta dias. Em outras palavras, se as pessoas da cidade não se arrependessem, não admitissem seus pecados, nem se prostrassem diante de Deus Jeová dentro de quarenta dias, Deus destruiria a cidade assim como fez com Sodoma. Isso era o que Deus Jeová desejava dizer às pessoas de Nínive. Evidentemente, essa não era uma declaração simples. Ela não só transmitia a raiva de Deus Jeová, ela também transmitia a Sua atitude em relação aos ninivitas; ao mesmo tempo, essa simples declaração também servia como aviso solene às pessoas residentes na cidade. Esse aviso lhes dizia que seus atos malignos haviam rendido a elas o ódio de Deus Jeová e lhes dizia que os atos malignos delas logo as poria à beira de sua própria aniquilação; portanto, a vida de todos em Nínive estava em iminente perigo.
O contraste absoluto entre a reação de Nínive e a de Sodoma ao aviso de Deus Jeová
O que significa ser derrubado? Em termos coloquiais, significa desaparecer. Mas de que forma? Quem poderia fazer uma cidade toda ser derrubada? É impossível ao homem realizar tal ato, é claro. Aquelas pessoas não eram tolas; tão logo ouviram essa proclamação, elas captaram a ideia. Elas sabiam que a proclamação havia vindo de Deus; elas sabiam que Deus ia realizar a Sua obra; elas sabiam que a maldade delas havia enfurecido Deus Jeová e trazido a Sua raiva sobre elas, de forma que logo elas seriam destruídas juntamente com a cidade delas. Como as pessoas da cidade se comportaram depois de ouvir o aviso de Deus Jeová? A Bíblia descreve em detalhes específicos como essas pessoas reagiram, desde o rei até o homem comum. Conforme registram as Escrituras: “E os homens de Nínive creram em Deus; e proclamaram um jejum, e vestiram-se de saco, desde o maior deles até o menor. A notícia chegou também ao rei de Nínive; e ele se levantou do seu trono e, despindo-se do seu manto e cobrindo-se de saco, sentou-se sobre cinzas. E fez uma proclamação, e a publicou em Nínive, por decreto do rei e dos seus nobres, dizendo: Não provem coisa alguma nem homens, nem animais, nem bois, nem ovelhas; não comam, nem bebam água; mas sejam cobertos de saco, tanto os homens como os animais, e clamem fortemente a Deus; e convertam-se, cada um do seu mau caminho, e da violência que há nas suas mãos […]” (Jonas 3:5-9).
Após ouvirem a proclamação de Deus Jeová, as pessoas de Nínive mostraram uma atitude completamente oposta à das pessoas de Sodoma — as pessoas de Sodoma se opuseram abertamente a Deus, avançando de maldade em maldade, mas após ouvirem essas palavras, os ninivitas não ignoraram o assunto, nem resistiram; ao contrário, creram em Deus e declararam um jejum. A que “creram” se refere aqui? A própria palavra sugere fé e submissão. Se usarmos o comportamento real dos ninivitas para explicar essa palavra, ela significa que eles creram que Deus poderia e faria conforme Ele disse, e que eles estavam dispostos a se arrepender. As pessoas de Nínive sentiram medo face ao iminente desastre? Foi a fé delas que lhes colocou temor no coração. Bem, o que podemos usar para provar a fé e o temor dos ninivitas? É como a Bíblia diz: “e proclamaram um jejum, e vestiram-se de saco, desde o maior deles até o menor”. Ou seja, os ninivitas creram verdadeiramente, e dessa fé veio o temor, que então os levou a jejuar e a vestir-se com pano de saco. Foi assim que mostraram o começo de seu arrependimento. Em absoluto contraste com as pessoas de Sodoma, os ninivitas não só não se opuseram a Deus, eles também mostraram claramente o seu arrependimento por meio de seu comportamento e ações. Isso, é claro, não só se aplicou às pessoas comuns de Nínive; seu rei não foi exceção.
O arrependimento do rei de Nínive é elogiado por Deus Jeová
Ao ouvir essa notícia, o rei de Nínive levantou-se de seu trono, despiu o manto, vestiu-se com pano de saco e sentou-se em cinzas. Então ele proclamou que ninguém na cidade seria permitido degustar nada e que nenhum rebanho, cordeiro e boi pastaria ou beberia água. Homem e rebanhos igualmente deveriam vestir-se com pano de saco; as pessoas suplicariam sinceramente a Deus. O rei também proclamou que cada um deles se afastaria de seus caminhos maus e abandonaria a violência em suas mãos. A julgar por essa série de atos, o rei de Nínive demonstrou seu arrependimento sincero. A série de ações que ele tomou — levantando-se de seu trono, descartando seu manto de rei, vestindo-se com pano de saco e sentando-se em cinzas — diz às pessoas que o rei de Nínive pôs de lado seu status real e vestiu-se com pano de saco juntamente com as pessoas comuns. Ou seja, o rei de Nínive não ocupou seu posto real para manter seu mau caminho ou a violência em suas mãos após ouvir o anúncio de Deus Jeová; ao contrário, ele pôs de lado a autoridade que tinha e se arrependeu diante de Deus Jeová. Nesse momento, o rei de Nínive não estava se arrependendo como rei; ele havia se colocado diante de Deus para confessar e se arrepender de seus pecados como um súdito comum de Deus. Além disso, ele também falou para toda a cidade confessar e se arrepender de seus pecados perante Deus Jeová da mesma maneira que ele; adicionalmente, ele tinha um plano específico de como fazer isso, conforme visto nas Escrituras: “Não provem coisa alguma nem homens, nem animais, nem bois, nem ovelhas; não comam, nem bebam água; … e clamem fortemente a Deus; e convertam-se, cada um do seu mau caminho, e da violência que há nas suas mãos”. Como governador da cidade, o rei de Nínive possuía status e poder supremos e podia fazer tudo o que desejasse. Quando deparado com o anúncio de Deus Jeová, ele poderia ter ignorado o assunto ou simplesmente se arrependido e confessado seus pecados sozinho; quanto a se as pessoas da cidade escolhessem se arrepender ou não, ele poderia ter ignorado completamente o assunto. Contudo, o rei de Nínive de forma alguma o fez. Ele não só se levantou de seu trono, vestiu pano de saco e cinzas, confessou e se arrependeu de seus pecados diante de Deus Jeová, ele também ordenou que todas as pessoas e rebanhos dentro da cidade fizessem o mesmo. Ele até ordenou às pessoas: “clamarão fortemente a Deus”. Por meio dessa série de ações, o rei de Nínive realizou de fato aquilo que um governador deveria realizar; sua série de ações é algo que era difícil para qualquer rei da história humana cumprir e também algo que ninguém cumpriu. Essas ações podem ser chamadas de empreendimento sem precedente na história humana; elas são dignas de ser tanto comemoradas quanto imitadas pela humanidade. Desde o surgimento do homem, todo rei havia levado seus súditos a resistir e a se opor a Deus. Ninguém jamais havia levado seus súditos a suplicar a Deus a fim de buscar redenção para sua maldade, receber o perdão de Deus Jeová e evitar a punição iminente. O rei de Nínive, porém, foi capaz de levar seus súditos a se voltarem para Deus, a deixarem seus respectivos maus caminhos e a abandonarem a violência em suas mãos. Além disso, ele também foi capaz de colocar de lado o seu trono e, em contrapartida, Deus Jeová voltou atrás, Se arrependeu e retirou a Sua ira, permitindo que as pessoas da cidade sobrevivessem e guardando-as da destruição. As ações do rei só podem ser chamadas de milagre raro na história humana; elas podem até ser chamadas de modelo de uma humanidade corrupta confessando e se arrependendo de seus pecados diante de Deus.
A Palavra, vol. 2: Sobre conhecer a Deus, “O Próprio Deus, o Único II”