As buscas e os ganhos de Jó em vida permitem-lhe encarar a morte serenamente
Está escrito nas Escrituras a respeito de Jó: “Então morreu Jó, velho e cheio de dias” (Jó 42:17). Isto quer dizer que Jó, quando faleceu, não tinha pesares nem sentiu dor, mas partiu deste mundo naturalmente. Como todos sabem, Jó foi um homem que temeu a Deus e evitou o mal enquanto viveu; Deus elogiou seus feitos justos, as pessoas lembravam-se deles e a sua vida, mais do que a de qualquer outro, teve valor e significado. Jó gozou das bênçãos de Deus e foi chamado de justo por Ele na terra, bem como foi provado por Deus e testado por Satanás; ele foi testemunha de Deus e mereceu ser chamado de uma pessoa justa. Durante as várias décadas depois que ele foi provado por Deus, ele viveu uma vida que era ainda mais valiosa, significativa, fundamentada e pacífica do que antes. Em razão de seus feitos justos, Deus o pôs à prova; em razão de seus feitos justos, Deus apareceu-lhe e lhe falou diretamente. Então, durante os anos seguintes a essa prova, Jó compreendeu e apreciou o valor da vida de maneira mais concreta, alcançou uma compreensão mais profunda da soberania do Criador e adquiriu um conhecimento mais preciso e certo de como Ele dá e retira Suas bênçãos. A Bíblia registra que Deus Jeová concedeu a Jó bênçãos ainda maiores do que antes, deixando-o em situação ainda melhor para conhecer a soberania do Criador e encarar a morte com serenidade. Por isso Jó certamente não ficou aflito quanto à sua propriedade quando envelheceu e enfrentou a morte. Ele não tinha preocupações nem nada a lamentar, e é claro que não temia a morte; pois ele passou a vida toda a trilhar o caminho de quem teme a Deus e evita o mal e não tinha razão para se preocupar com seu próprio fim. Quantas pessoas poderiam agir hoje de todas as maneiras que Jó agiu quando enfrentou sua própria morte? Por que ninguém é capaz de manter uma conduta aparente tão simples? Por uma única razão: Jó viveu sua vida na busca subjetiva de fé, reconhecimento e submissão à soberania de Deus, e foi com essa fé, esse reconhecimento e essa submissão que ele passou pelas conjunturas importantes da vida, viveu seus últimos anos e saudou a conjuntura final de sua vida. Independentemente do que Jó experimentou, suas buscas e metas na vida foram felizes, não dolorosas. Ele era feliz não só devido às bênçãos ou ao elogio que o Criador lhe concedeu como, o que é mais importante, devido a suas buscas e suas metas de vida, devido ao conhecimento gradual e à verdadeira compreensão da soberania do Criador que ele conseguiu ao temer a Deus e evitando o mal, e além disso, devido aos maravilhosos feitos Dele que Jó experimentou pessoalmente durante seu tempo como objeto da soberania do Criador, e as experiências e recordações calorosas e inesquecíveis de coexistência, familiaridade e mútua compreensão entre o homem e Deus; devido ao conforto e à felicidade decorrentes de conhecer a vontade do Criador; devido à reverência que surgiu depois de observar que Ele é grande, maravilhoso, amável e fiel. A razão pela qual Jó foi capaz de enfrentar a morte sem qualquer sofrimento foi que ele sabia que, ao morrer, voltaria para o lado do Criador. E foram suas buscas e seus ganhos em vida que lhe permitiram encarar a morte serenamente, encarar, com o coração tranquilo, a perspectiva de o Criador tomar de volta sua vida e, ademais, ilibado e livre de preocupação, ficar diante do Criador. Podem as pessoas de hoje conseguir o tipo de felicidade que Jó possuía? Vocês estão em condições de fazê-lo? Uma vez que as pessoas da atualidade estão, por que não conseguem viver com felicidade, como Jó? Por que não conseguem se poupar de sofrer o medo da morte? Em face da morte, algumas pessoas se molham, outras tremem, desmaiam, vociferam contra o Céu e o homem, até lamuriam e choram. Essas reações não são de modo algum as que ocorrem subitamente quando a morte se aproxima. As pessoas têm comportamentos constrangedores como esses principalmente porque, no fundo de seus corações, elas temem a morte, porque não têm conhecimento e apreciação claros da soberania de Deus e de Seus arranjos, muito menos se submetem verdadeiramente a eles; porque elas não querem nada além de arranjar e governar tudo sozinhas, controlar seus próprios destinos, suas vidas e sua morte. Não é de surpreender, portanto, que as pessoas nunca consigam evitar o medo da morte.
A Palavra, vol. 2: Sobre conhecer a Deus, “O Próprio Deus, o Único III”