Quando, na Era da Graça, Deus retornou ao terceiro céu, a obra de Deus de redimir toda a humanidade já havia entrado em sua parte final. Tudo o que restou na terra foram a cruz que Jesus carregou em Suas costas, o linho fino em que Jesus esteve envolto, a coroa de espinhos e o manto escarlate que Jesus vestiu (esses foram os objetos com os quais os judeus zombaram Dele). Ou seja, depois que a obra da crucificação de Jesus provocou uma grande comoção, as coisas se acalmaram outra vez. A partir de então os discípulos de Jesus começaram a levar Sua obra adiante, pastoreando e regando nas igrejas por toda a parte. O conteúdo da obra deles era o seguinte: eles pediam que todas as pessoas se arrependessem, confessassem seus pecados e fossem batizadas; e os apóstolos saíram para divulgar a história interna, o relato nu e cru, da crucificação de Jesus, e assim todos só podiam cair e prostrar-se diante de Jesus para confessar seus pecados; e além disso, os apóstolos foram por toda parte transmitindo as palavras que Jesus disse. A partir de então começou a construção de igrejas na Era da Graça. O que Jesus fez durante aquela era também foi falar sobre a vida do homem e a vontade do Pai celestial, somente que, por se tratar de uma era diferente, muitos daqueles pronunciamentos e práticas diferiam bastante dos de hoje. Entretanto, eram os mesmos em substância: ambos são a obra do Espírito de Deus na carne, exata e precisamente assim. Esse tipo de obra e declaração continuaram o tempo todo até o dia de hoje, então, esse tipo de coisa ainda é compartilhado nas instituições religiosas de hoje, e permanece completamente inalterado. Quando a obra de Jesus foi concluída e as igrejas já tinham entrado na trilha certa de Jesus Cristo, Deus, não obstante, iniciou o Seu plano para outro estágio de Sua obra, que foi a questão da Sua encarnação nos últimos dias. Da maneira que o homem vê, a crucificação de Deus já havia concluído a obra da encarnação de Deus, redimido toda a humanidade e permitido que Ele tomasse a chave do Hades. Todos creem que a obra de Deus foi totalmente realizada. De fato, da perspectiva de Deus, apenas uma pequena parte de Sua obra tinha sido realizada. Tudo o que Ele havia feito foi redimir a humanidade; Ele não a havia conquistado, muito menos mudado o semblante satânico do homem. É por isso que Deus diz: “Embora Minha carne em pessoa tenha passado pela dor da morte, esse não foi o objetivo integral da Minha encarnação. Jesus é Meu Filho amado e foi pregado na cruz para Mim, mas Ele não concluiu exaustivamente a Minha obra. Ele realizou apenas uma parte dela”. Portanto, Deus iniciou a segunda fase de planos para dar seguimento à obra da encarnação. O propósito final de Deus era aperfeiçoar e ganhar todas as pessoas resgatadas das garras de Satanás, que foi a razão pela qual Deus Se preparou novamente para enfrentar o perigo de vir na carne. O que se quer dizer com “encarnação” se refere Àquele que não traz glória (porque a obra de Deus ainda não foi concluída), mas que aparece na identidade do Filho amado e é o Cristo, em quem Deus Se agrada. É por isso que se diz que isso é “enfrentar o perigo”. A carne em pessoa tem um poder diminuto e deve tomar grande cuidado, e Seu poder está em polos opostos da autoridade do Pai no Céu; Ele cumpre apenas o ministério da carne, completando a obra de Deus Pai e Sua comissão sem Se tornar envolvido em outra obra, e Ele completa somente uma parte da obra. É por isso que Deus é chamado de “o Cristo” assim que vem à terra — esse é o significado implícito do nome. A razão pela qual se diz que a vinda é acompanhada por tentações é porque apenas uma parte da obra está sendo completada. Além disso, a razão pela qual Deus Pai O chama simplesmente de “Cristo” e “Filho amado”, mas não Lhe concedeu toda a glória, é precisamente porque a carne em pessoa vem para realizar uma parte da obra, não para representar o Pai no Céu, e sim para cumprir o ministério do Filho amado. Quando o Filho amado concluir integralmente a comissão que aceitou sobre Seus ombros, o Pai Lhe concederá, então, plena glória assim como a identidade de Pai. Pode-se dizer que esse é “o código do Céu”. Já que Aquele que Se tornou carne e o Pai no céu Se encontram em reinos diferentes, ambos Se olham apenas em Espírito, o Pai mantendo os olhos no Filho amado, mas o Filho, incapaz de ver o Pai de longe. É porque as funções das quais a carne é capaz são tão minúsculas e Ele pode, potencialmente, ser assassinado a qualquer momento, que se pode dizer que esta vinda está repleta do maior perigo. Isso é comparável a Deus mais uma vez abandonar Seu Filho amado na boca do tigre, onde Sua vida está em perigo, colocando-O num lugar onde Satanás está mais concentrado. Mesmo nestas circunstâncias críticas, ainda assim Deus entregou Seu Filho amado ao povo de um lugar cheio de imundície e licenciosidade para que eles O “fizessem crescer até a vida adulta”. Isso é porque fazer isso é a única maneira de fazer a obra de Deus parecer adequada e natural, e é a única maneira de cumprir todos os desejos do Deus Pai e completar a última parte de Sua obra entre os seres humanos. Jesus não fez mais que realizar uma etapa da obra de Deus Pai. Devido à barreira imposta pela carne em pessoa e às diferenças na obra a ser realizada, o Próprio Jesus não sabia que haveria um segundo retorno à carne. Portanto, nenhum expositor ou profeta da Bíblia ousou profetizar claramente que Deus Se encarnaria outra vez nos últimos dias, isto é, que Ele viria na carne novamente para realizar a segunda parte de Sua obra na carne. Portanto, ninguém percebeu que Deus já havia há muito tempo Se escondido na carne. Não é de se admirar, porque foi somente depois que Jesus ressuscitou e subiu ao Céu que Ele aceitou essa comissão, portanto não há nenhuma profecia clara sobre a segunda encarnação de Deus, e isso é imponderável para a mente humana. Em todos os muitos livros de profecia na Bíblia, não há nenhuma palavra que mencione isso claramente. Mas quando Jesus veio operar, já havia sido claramente profetizado que uma virgem estaria grávida e daria luz a um filho, significando que Ele foi concebido por meio do Espírito Santo. Mesmo assim Deus ainda disse que isso aconteceu com risco de morte, então quanto mais assim seria o caso de hoje? Não é surpresa que Deus diga que esta encarnação está em risco de perigos milhares de vezes maiores do que os corridos durante a Era da Graça. Em muitos lugares, Deus profetizou que Ele ganhará um grupo de vencedores na terra de Sinim. Já que é no Oriente do mundo que os vencedores devem ser ganhos, o local em que Deus finca o pé em Sua segunda encarnação é sem dúvida a terra de Sinim, o local exato em que o grande dragão vermelho descansa enrolado. Lá, Deus ganhará os descendentes do grande dragão vermelho para que ele seja completamente derrotado e envergonhado. Deus vai despertar essas pessoas, cujo fardo de sofrimento é tão pesado, vai acordá-las até que estejam completamente sem sono e fazê-las sair do nevoeiro e rejeitar o grande dragão vermelho. Elas despertarão de seu sonho, reconhecerão o grande dragão vermelho pelo que ele realmente é, se tornarão capazes de entregar seu coração inteiro a Deus, se insurgirão contra a opressão das forças das trevas, se levantarão no Oriente do mundo e se tornarão prova da vitória de Deus. Só dessa maneira Deus ganhará glória. Por essa razão unicamente, Deus trouxe a obra que chegou ao fim em Israel para a terra onde o grande dragão vermelho descansa enrolado e, quase dois mil anos depois de partir, encarnou novamente para continuar a obra da Era da Graça. Ao olho nu do homem, Deus está inaugurando uma nova obra na carne. Mas do ponto de vista de Deus, Ele está continuando a obra da Era da Graça, mas só depois de um interregno de alguns milhares de anos, e somente com uma alteração no local e no programa de Sua obra. Embora a imagem que o corpo da carne assumiu na obra de hoje pareça ser completamente diferente da de Jesus, Eles derivam da mesma substância e raiz e vêm da mesma fonte. É possível que tenham várias diferenças externas, mas as verdades internas da obra Deles são totalmente idênticas. As eras, afinal, são tão diferentes quanto o dia e a noite. Assim, como pode a obra de Deus seguir um padrão inalterável? Ou como podem os estágios diferentes da Sua obra interromper um ao outro?
A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “Obra e entrada (6)”