Palavra de Deus para Hoje: Conhecendo Deus | Trecho 51
A verdadeira face de Jó: verdadeiro, puro e sem falsidade
Vamos ler Jó 2:7-8: “Saiu, pois, Satanás da presença de Jeová, e feriu Jó de úlceras malignas, desde a planta do pé até o alto da cabeça. E Jó, tomando um caco para com ele se raspar, sentou-se no meio da cinza”. Essa é uma descrição da conduta de Jó quando tumores malignos surgiram em seu corpo. Nesse momento, Jó sentou-se nas cinzas enquanto suportava a dor. Ninguém o tratou e ninguém o ajudou a diminuir a dor de seu corpo; em vez disso, ele usou um caco para raspar a superfície dos tumores malignos. Superficialmente, essa foi apenas uma etapa no tormento de Jó e não tem qualquer relação com sua humanidade e temor a Deus, pois Jó não falou palavras para demonstrar seu humor e opiniões nesse momento. No entanto, as ações de Jó e sua conduta ainda são uma expressão verdadeira de sua humanidade. No registro do capítulo anterior, lemos que Jó era o maior de todos os homens do Oriente. Essa passagem do segundo capítulo, enquanto isso, mostra-nos que esse grande homem do oriente deveria pegar um caco para se raspar sentado entre as cinzas. Não há um contraste óbvio entre essas duas descrições? É um contraste que nos mostra o verdadeiro eu de Jó: apesar de sua posição de prestígio e status, ele nunca amou nem prestou atenção a eles; ele não se importava como os outros viam sua posição, nem se preocupava se suas ações ou conduta teriam algum efeito negativo em sua posição; ele não se entregou às riquezas do status, nem desfrutou da glória que veio com o status e a posição. Ele só se importava com seu valor e o significado de sua vida aos olhos de Deus Jeová. O verdadeiro eu de Jó era sua própria substância: ele não amava a fama e a fortuna e não vivia para a fama e a fortuna; ele era verdadeiro e puro e sem falsidade.
A separação do amor e ódio em Jó
Outro lado da humanidade de Jó é demonstrado neste diálogo entre ele e sua esposa: “Então sua mulher lhe disse: Ainda reténs a tua integridade? Blasfema de Deus, e morre. Mas ele lhe disse: Como fala qualquer doida, assim falas tu; receberemos de Deus o bem, e não receberemos o mal?” (Jó 2:9-10). Vendo o tormento que sofria, a esposa de Jó tentou aconselhá-lo para ajudá-lo a escapar de seu tormento — mas as “boas intenções” não obtiveram a aprovação de Jó; ao contrário, despertaram sua ira, pois ela negou sua fé e obediência a Deus Jeová, e também negou a existência de Deus Jeová. Isso foi intolerável para Jó, pois ele nunca se permitiu fazer nada que opusesse ou ferisse a Deus, para não falar dos outros. Como ele poderia permanecer indiferente quando viu outros falarem palavras que blasfemavam e insultavam a Deus? Assim, ele chamou sua esposa de “mulher doida”. A atitude de Jó para com sua esposa era de raiva e ódio, bem como de reprovação e repreensão. Essa era a expressão natural da humanidade de Jó de diferenciar entre amor e ódio e era uma verdadeira representação de sua humanidade correta. Jó possuía um senso de justiça — que o fazia odiar os ventos e as marés da iniquidade, abominava, condenava e rejeitava heresias absurdas, argumentos ridículos e afirmações ridículas, e permitia que ele se mantivesse fiel aos seus próprios e corretos princípios e postura quando ele foi rejeitado pelas massas e abandonado por aqueles que estavam perto dele.
A bondade e a sinceridade de Jó
Já que, da conduta de Jó, somos capazes de ver a expressão de vários aspectos de sua humanidade, o que vemos da humanidade de Jó quando ele abriu a boca para amaldiçoar o dia de seu nascimento? Esse é o tema que compartilharemos abaixo.
Acima, falei das origens de Jó amaldiçoar o dia do seu nascimento. O que vocês veem nisso? Se Jó fosse de coração duro e sem amor, se ele fosse frio, sem emoção e desprovido de humanidade, poderia ter se importado com o desejo do coração de Deus? E ele poderia ter desprezado o dia do seu próprio nascimento como resultado de se importar com o coração de Deus? Em outras palavras, se Jó fosse duro de coração e desprovido de humanidade, ele poderia ter se angustiado pela dor de Deus? Poderia ele ter amaldiçoado o dia do seu nascimento porque Deus tinha sido magoado por ele? A resposta é absolutamente não! Por ser bondoso, Jó se preocupava com o coração de Deus; porque ele se importava com o coração de Deus, Jó sentiu a dor de Deus; porque ele era bondoso, ele sofreu um tormento maior como resultado de sentir a dor de Deus; porque ele sentiu a dor de Deus, ele começou a abominar o dia do seu nascimento, e assim amaldiçoou o dia do seu nascimento. Para os de fora, toda a conduta de Jó durante suas provações é exemplar. Apenas a maldição do dia de seu nascimento pinta um ponto de interrogação acima de sua perfeição e retidão, ou apresenta uma análise diferente. De fato, essa foi a expressão mais verdadeira da substância da humanidade de Jó. A substância de sua humanidade não estava oculta, nem embalada, nem corrigida por outra pessoa. Quando ele amaldiçoou o dia de seu nascimento, ele demonstrou a bondade e a sinceridade no fundo de seu coração; ele era como uma nascente cujas águas são tão claras e pelúcidas que revelam seu fundo.
Tendo aprendido tudo isso sobre Jó, a maioria das pessoas, sem dúvida, terá uma avaliação bastante precisa e objetiva da substância da humanidade de Jó. Elas também devem ter uma compreensão e apreciação profunda, prática, e mais avançada da perfeição e retidão de Jó mencionadas por Deus. Espera-se que essa compreensão e apreciação ajudem as pessoas a tomar o caminho de temer a Deus e se desviar do mal.
A Palavra, vol. 2: Sobre conhecer a Deus, “A obra de Deus, o caráter de Deus e o Próprio Deus II”