O significado de encarnação é que Deus Se manifesta em carne e Ele vem para trabalhar entre os homens de Sua Criação na imagem da carne. Assim, para Deus Se encarnar, Ele precisa primeiro ser carne, carne com humanidade normal; isto, pelo menos, deve ser verdade. De fato, a implicação da encarnação de Deus é que Ele vive e trabalha na carne. Deus, em Sua essência, Se tornou carne, Se tornou homem. Sua vida e obra encarnadas podem ser divididas em dois estágios. Primeiro vem a vida que Ele teve antes de exercer o Seu ministério. Ele viveu em uma família humana comum, em uma humanidade totalmente normal, obedecendo à moral e às leis normais da vida humana, com necessidades humanas normais (comida, roupas, abrigo, sono), fraquezas humanas normais e emoções humanas normais. Em outras palavras, durante o primeiro estágio, Ele vive em uma humanidade não divina, completamente normal, engajado em todas as atividades humanas normais. O segundo estágio é a vida que Ele tem depois de começar a exercer o Seu ministério. Ele ainda habita em uma humanidade comum, com uma casca física normal, não mostrando nenhum sinal exterior do sobrenatural. Contudo, Ele vive exclusivamente para o bem do Seu ministério e, durante este tempo, Sua humanidade normal existe inteiramente a serviço da obra normal de Sua divindade; isso porque, então, a Sua humanidade normal amadureceu até ao ponto em que estava capacitado para exercer o Seu ministério. Assim, o segundo estágio de Sua vida consiste em exercer o Seu ministério em Sua humanidade normal, é uma vida tanto de humanidade normal quanto de completa divindade. A razão pela qual, durante o primeiro estágio de Sua vida, Ele viveu em uma humanidade completamente comum é que Sua humanidade ainda não é igual à totalidade da obra divina, ainda não está madura; somente depois que Sua humanidade amadurece, torna-se capaz de assumir o Seu ministério, Ele pode decidir-se a exercê-lo. Uma vez que, como carne, Ele precisa crescer e amadurecer, o primeiro estágio de Sua vida é o de uma humanidade normal, enquanto que no segundo estágio, porque a Sua humanidade é capaz de realizar a Sua obra e exercer o Seu ministério, a vida que o Deus encarnado tem é tanto de humanidade como de completa divindade. Se, desde o momento de Seu nascimento, o Deus encarnado começasse seriamente o Seu ministério, fazendo sinais e maravilhas, então Ele não teria essência corpórea. Portanto, Sua humanidade existe por causa de Sua essência corpórea; não pode haver carne sem humanidade, e uma pessoa sem humanidade não é um ser humano. Desta forma, a humanidade da carne de Deus é uma propriedade intrínseca da encarnação de Deus. Dizer que “quando Deus Se torna carne Ele é totalmente divino, mas não totalmente humano” é uma blasfêmia, porque essa é uma situação impossível de se aceitar, que viola o princípio da encarnação. Mesmo depois que começa a realizar o Seu ministério, Sua divindade continua a habitar a casca exterior humana, enquanto Ele faz a Sua obra; é só que, na época, Sua humanidade serve unicamente ao propósito de permitir que Sua divindade realize a obra através da carne normal. Então, o agente da obra é a divindade que habita em Sua humanidade. É a Sua divindade, não Sua humanidade, a operar, ainda que seja a divindade escondida dentro de Sua humanidade; Sua obra é feita essencialmente por Sua completa divindade, não por Sua humanidade. Mas o executor da obra é a Sua carne. Pode-se dizer que Ele é um homem e também é Deus, pois Deus Se torna em um Deus que vive na carne, com uma casca humana e essência humana, mas também com a essência de Deus. Porque Ele é um homem com a essência de Deus, Ele está acima de todos os seres humanos criados, acima de qualquer homem que possa realizar a obra de Deus. E assim, entre todos aqueles que possuem uma casca humana como o Dele, entre todos os que possuem a humanidade, somente Ele é o Próprio Deus encarnado — todos os outros são seres humanos criados. Ainda que todos tenham humanidade, as criaturas humanas não são nada além de humanos, enquanto o Deus encarnado é diferente: em Sua carne Ele não apenas tem a humanidade, mas, o que é mais importante, tem a divindade. Sua humanidade pode ser vista em Sua aparência exterior e em Sua vida diária, mas Sua divindade era difícil de perceber. Porque Sua divindade somente é expressa enquanto Ele tem humanidade, e não é tão sobrenatural quanto as pessoas imaginam que seja, fica extremamente difícil para as pessoas perceberem. Mesmo hoje é muito difícil que as pessoas entendam a verdadeira essência do Deus encarnado. De fato, depois de tanto ter falado sobre isso, espero que isso ainda seja um mistério para a maioria de vocês. Essa questão é muito simples: uma vez que Deus Se torna carne, Sua essência é uma combinação de humanidade e divindade. Essa combinação é chamada de Próprio Deus, Próprio Deus na terra.
A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “A essência da carne habitada por Deus”